vem, fica, depois acaba.
carne enfiada no dente e biquíni fio dental.
como é para pessoas que fazem assim? vem, fica, depois acaba, e vai embora, ir, ficar e acabar com outras pessoas.
como é para pessoas que fazem assim, tão oposta de mim, que vim, fiquei e ainda não acabei, e não consegui pular para outro amor-ventre, colo-útero.
como é para pessoas que fazem assim, saíram das vaginas de suas mães para se aproximarem de outros ânus, de outras bocas e outros seios, cujo leite é tão diferente do primeiro.
eu queria que hilda me dissesse alguma resposta.
eu sou uma obra prima para psicanálise. tudo isso para dizer: eu quero o que desejo? talvez me falte ler mais da tal psicologia suja. de que o corpo nunca estará bem limpo. que babei naquela noite dormindo ao teu lado, e disfarcei enxugando a boca na alça do meu vestido.
vem, fica, depois acaba também serve para a passagem na Terra. o time dos que gozam ou o time dos que temem o inferno.
está vendo? já não fiz o primeiro não-poema antes de morder a tua boca.
minha analista diz o antídoto para as que pensam demais é encarnar.
vem, fica, e se acaba na minha carne, temperada de suor e sangue.
desconheço quem se atreveria a banhar em minha linguagem.
banho de mar e banha de porco.
torresmo com caipirinha.
salpica uma bossa como tempero da vida.
apesar de que na orla prefiro o reggae e a boemia.