Se perguntar, eu vou negar

What am i to you, de Norah Jones, tocando ao fundo

- Começa você
- Eu não, vai você
- Mas eu não sei por onde começar
- Nem eu
- Então ninguém faz nada
-
- A gente veio aqui para ficar assim?
- Assim como?
- Sem fazer?
- Sem fazer o que?
-
- A gente veio aqui para ficar assim?
- O meu silêncio não vale? Só o seu?
- Óbvio que vale
- Então tá bem
- Se você quiser fugir do assunto…
- Eu não estou fugindo de nada. Foi você quem ficou em silêncio primeiro
- Isso é uma disputa?
- Disputa de quê?
- Não sei, você quem começou
- Não, eu falei para você começar. Aí você passou a bola para mim
- Cadê a bola? Então me dá de volta
- A bola é no sentido figurado
- Você só fala por metáforas…
- E você nunca usa
- É por isso que você é apaixonado por mim
- Eu não sou apaixonado por você
- Então, o que viemos fazer aqui?
- Não sei, a autora ainda não escreveu o fim desta história. Vamos ter que esperar mais uns dias para saber
- Ou semanas
- Meses, no pior dos cenários
- Será que leva anos?
- Com a mania que essa aí tem de estragar as coisas… Eu duvido que demore poucas horas
- Vale a pena ter um voto de esperança?
- Sei lá, a criatura humana nunca me surpreende, são sempre novas formas de cometer os mesmos erros
- Novos rostos, novos corpos
- É isto o que eu sou para você?
- O que? Não! Eu estava falando da autora
- Mas ela sou eu e você
- Ah, esquece ela e vem logo para cama

Luz apaga