Pagã
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Há tempos não preciso contar as miligramas para ficar
acordada
excitada
com vontade de viver.
Há tempos não penso em formas de minimizar a dor
anestesiar a alma
entorpecer os sentidos.
Fugir da luta não faz mais o meu tipo. O instinto de sobrevivência agora fala mais alto. Tem horas quer é mato ou morro e me fazer de morta perdeu a graça.
Há tempos respeito o ciclo
as fases da lua
a maré vazante-enchente
que me inunda
e transbordo com gosto.
Não te trago conselhos
te faço rimas
porque só poesia salva.
Destino de bruxa é se queimar: acende a fogueira e dança ao redor do fogo .