O processo
Demorei um ano para entender que queria ser amada e nem dois anos de análise me prepararam pra isso.
Réveillon, eu estava à toa em casa, fazendo o que dá numas férias sem grana: comendo, dormindo e reassistindo friends (na netflix dos outros). Como mente vazia é território do diabo, lembrei que fez um ano desde a última vez que me declarei pra alguém. Semana passada, o tópico rejeição surgiu numa conversa com uma amiga e estranhei o fato de eu ainda sentir dor de cotovelo sobre o caso em questão. Já era pra eu ter superado essa merda.
Então, o meu subconsciente resolveu fazer a parte dele e me explicar a reposta mais óbvia de todas: eu esperava ouvir um eu te amo de volta — que, como vocês sabem, não aconteceu. E tudo bem. (risos)
Tudo bem, agora. Porque antes de ontem não estava nada ok. Esse é o milagre da terapia, a mágica freudiana. Quando o click bate, o céu fica azul, os planetas se alinham, a vida parece uma boa oportunidade. O negócio é que precisa de muita decepção até chega à esse barato.
Agora falta fala sobre o desejo, mas isso é assunto pra outro texto/decepção/sessão de psicanálise.
Eu ainda tenho outras questões para tratar na análise. Como meus problemas com desejo e compulsão. Mas, por enquanto, eu fico satisfeita em invocar o mantra “confie no processo”, que nem um coach vulgar do Instagram.
Feliz ano novo, pessoal. (na medida do possível).