O Caminho da Artista
Esta é a segunda vez que leio o livro de Julia Cameron, mas a sensação é como se fosse a primeira vez. (Desculpa se te fiz lembrar do filme de Adam Sandler)
Segundo a autora, todo ser humano é criativo, ideia que eu também acredito. Porém, as experiências da vida (leia-se interferência dos pais, amigos, professores, chefes, colegas de trabalho, etc) acabam bloqueando as pessoas.
Por isso, o livro se baseia num programa de 12 semanas para a recuperação criativa:
Semana 1 - Segurança
Semana 2 - Identidade
Semana 3 - Poder
Semana 4 - Integridade
Semana 5 - Possibilidade
Semana 6 - Abundância
Semana 7 - Conexão
Semana 8 - Força
Semana 9 - Compaixão
Semana 10 - Autoproteção
Semana 11 Autonomia
Semana 12 - Fé
Pendurei no quarto um ofício com as semanas, datas de leitura e os respectivos temas.
Os capítulos têm a mesma estrutura:
- Tema da semana
- Tarefas
- Checagem
A proposta é ler um capítulo a cada domingo, durante a semana praticar as tarefas e no sábado fazer a checagem. Mas o que funcionou para mim foi a cada dia ler um trecho do capítulo até chegar no sábado, quando eu fazia as tarefas e a checagem. Algumas vezes, por motivo de força maior, fiquei sem ler, o que faz parte do processo.
A checagem consiste em verificar se naquela semana você aplicou as duas ferramentas básicas do livro:
1) Páginas matinais
Toda manhã escrever 3 páginas num caderno.
Não importa o conteúdo, apenas escreva o seu fluxo de pensamento. “Ai que saco, preferia fazer outra coisa” também vale. É igual pauta de reunião: o que ocorrer. Apenas preencha as 3 páginas.
2) Encontro com a artista
Tirar um momento da semana para fazer algo por puro prazer.
Parte muito importante e frequentemente negligenciada. Pelo menos uma vez na semana pratique uma atividade que te faça sentir com mais vida e liberdade.
Sugestões: passear no parque (depois da vacina, ok?), dançar, jardinagem, bordar, pintar, cozinhar algo diferente, cortar revistas, tocar um instrumento. Só você sabe o que gostaria de fazer.
Meus cadernos de páginas matinais e algumas pinturas que fiz no encontro com a artista. O gato se apropriou, obviamente. Alguns cadernos são com citações, que de tanto destacar trechos importantes acabei praticamente reescrevendo o livro.
Para a autora, as páginas matinais permitem que você lance questões à si mesma e ao universo e os encontros com a artista são o momento de receber as respostas. Soa como truque de mágica. E é. O que nos leva a:
Formas de bloqueio
- Ceticismo
- Procrastinação
- Crítica
- Perfeccionismo
- Autossabotagem
- Comportamento autodestrutivo
Perguntas que a autora sempre faz: O que você ganha ao se manter bloqueado? O que você ganha ao procrastinar? O que você ganha ao se sabotar? #FicaAReflexão (Contém ironia)
Como o livro libera as pessoas para serem mais criativas?
Resposta do epílogo:
- Colocar as pessoas em contato com o poder de sua criatividade interior.
- Descobrir sua força criativa, acessar e expressar mais livremente.
- Tornar-se consciente dos comportamentos autodestrutivos.
- Desmantelar os mitos negativos sobre artistas. (Bêbados? Drogados? Promíscuos? Solitários? Vadios? Profanos? Dramáticos? Confusos? Instáveis? Na sarjeta? Isso assusta, dá medo, “ninguém” quer nada disso, só queremos ser amados)
- Identificar e celebrar seus desejos e sonhos. Fazer planos para realizá-los. Apoiar e nutrir a si mesma.
Eu poderia escrever por horas e minhas palavras não fariam jus à obra. Porque como diz a própria Julia: mapa não é território. Você precisa viver a experiência. (Isto não é uma campanha publicitária)
A leitura de O Caminho da Artista é um convite para olhar a nossa sombra, investigar nossa história e reconhecer como nos sentimos. Mergulha quem quer.
Tradução original: O Caminho do Artista. Adaptei alguns substantivos deste texto para o feminino, pois a língua já pode superar os resíduos da estrutura patriarcal. (O que é binarismo, então fico devendo à língua neutra)