Gabi Blenda
1 min readOct 24, 2019

Estou sentada na mesa de trabalho. Querendo algo que não sei o nome, mas que parece familiar. Se eu disser em voz alta, evapora. Na minha rotina fodida a escrita se torna algo sacro, como acender uma vela, ajoelhar diante o altar, repetir quinhentas vezes a mesma palavra sem acreditar que a vida vai mudar por causa de uma oração subordinada adverbial.

Por que meu fluxo de pensamento não dá poesia como o de Kerouac? Eu nem gosto de On the road. Teclado e mouse equivalem a vela e terço. E nem católica sou. É nascer em um país cristão que você aprende a rezar antes de soletrar o alfabeto. E eu gosto bastante de palavras.

Gabi Blenda
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