21 séculos de definições sobre o amor
e nenhum deu certo.
amar é morrer, para os românticos, trágicos, dramáticos
amar é viver, para os cômicos, palhaços
amar é se reconhecer, para os psicanalíticos
amar é sofrer, para os traumatizados
amar é um equívoco, para os racionais
literatura, pinturas-belas-artes-plásticas-visuais, performance, música, teatro, dança, equações, teologia, filosofia, astrologia, astronomia…
amar é o que não sei fazer quando estou perto de vc
é dizer cafonice e expor-se ao ridículo
é incontrolavelmente inseguro
arriscadamente incalculável
amar é estar desconfortavelmente vulnerável
é ser humana de uma forma indisfarçável
tosse, peido e amor não podem ser camuflados, dizem
o amor reúne em si todas as características da Vida: incontrolável, imprevisível, insustentável, insuportável, impenetrável…
amar ao outro é uma forma de (des)conhecer a si
todas as definições de amor já foram dadas, inventadas
nenhum literata conseguiu fornecer a resposta exata
e os matemáticos, os exatos
por mais que eu confie em seus talentos
não confio em sua humanidade
não confio em gente que superestima a racionalidade
amar é aprender a andar de bicicleta sem rodinha
amar é aprender a entrar no mar e tirar os pés da areia, do solo, do chão firme
confiar na musculatura e nos ossos
confiar no ritmo do maremoto
amar é embarcar numa viagem que apesar de sabermos o fim, não fazemos
a menor ideia do que encontraremos no meio do caminho
a nós mesmas, no pior dos cenários
ao outro, na melhor paisagem
nas condições ideais de temperatura e pressão não existiriam um eu e você separados
(in)distintos
amar é um exagero para os lunáticos.