21 séculos de definições sobre o amor

Gabi Blenda
2 min readMay 6, 2022

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e nenhum deu certo.

amar é morrer, para os românticos, trágicos, dramáticos
amar é viver, para os cômicos, palhaços
amar é se reconhecer, para os psicanalíticos
amar é sofrer, para os traumatizados
amar é um equívoco, para os racionais

literatura, pinturas-belas-artes-plásticas-visuais, performance, música, teatro, dança, equações, teologia, filosofia, astrologia, astronomia…

amar é o que não sei fazer quando estou perto de vc
é dizer cafonice e expor-se ao ridículo
é incontrolavelmente inseguro
arriscadamente incalculável
amar é estar desconfortavelmente vulnerável
é ser humana de uma forma indisfarçável
tosse, peido e amor não podem ser camuflados, dizem

o amor reúne em si todas as características da Vida: incontrolável, imprevisível, insustentável, insuportável, impenetrável…

amar ao outro é uma forma de (des)conhecer a si

todas as definições de amor já foram dadas, inventadas
nenhum literata conseguiu fornecer a resposta exata
e os matemáticos, os exatos
por mais que eu confie em seus talentos
não confio em sua humanidade
não confio em gente que superestima a racionalidade

amar é aprender a andar de bicicleta sem rodinha
amar é aprender a entrar no mar e tirar os pés da areia, do solo, do chão firme
confiar na musculatura e nos ossos
confiar no ritmo do maremoto

amar é embarcar numa viagem que apesar de sabermos o fim, não fazemos
a menor ideia do que encontraremos no meio do caminho
a nós mesmas, no pior dos cenários
ao outro, na melhor paisagem

nas condições ideais de temperatura e pressão não existiriam um eu e você separados
(in)distintos

amar é um exagero para os lunáticos.

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Gabi Blenda
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